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Em meados do século XIX Carl Frederick Gauss, a partir de estudos sobre eventos ocorridos na natureza, concluiu que estes tendiam a um comportamento comum e que poderiam ser representados por uma curva em forma de sino, em um sistema de eixos cartesianos, denominada de Curva de Gauss.
A Curva de Gauss representou o conceito de probabilidade de ocorrência de um evento e consequentemente o conceito de variabilidade, ou seja, o grau de concentração dos dados em torno de um valor central ou valor esperado. Matematicamente esta variabilidade pode ser medida através do desvio padrão, que simbolicamente é representado pela letra grega, sigma ().
No início do século XX, durante a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos que forneciam produtos militares para os europeus, precisavam aumentar a produtividade e controlar a qualidade destes produtos, através de novos e mais eficazes métodos.
Walter Shewhart da Bell Laboratories, foi um dos convocados para auxiliar nesta tarefa. Shewhart, aplicou seu conhecimento a um dos primeiros problemas apresentados: como produzir com eficácia fones de ouvido para soldados, diante do tamanho diferenciado da cabeça de cada um. Shewhart, fez uma pesquisa com 10 mil soldados, medindo as dimensões de suas cabeças. Ao plotar os dados, observou que a curva resultante tinha uma proximidade ao formato de uma Curva de Gauss. Quanto mais a amostra era aumentada, mais esta curva se aproximava da Curva de Gauss. Shewhart concluiu ainda, ao reproduzir o experimento em diversos outros eventos que a curva “em forma de sino” era uma tendência natural. Shewhart passou a chamar esta tendência de Curva Normal. Diante da Curva Normal, Shewhart considerou que três desvios padrão (três sigma - 3) do valor central devia ser o limite para a tolerância de um processo.
 Várias foram às aplicações no mundo produtivo dos conceitos apresentados por Walter Shewhart, dentre elas podemos citar, entre outros: o Controle Estatístico do Processo e a Capacidade do Processo.  
 A aplicação mais recente destes conceitos foi proposta pelo engenheiro Bill Smith da Motorola, em 1987, com o objetivo de atender a uma expectativa do então presidente de sua empresa, Bob Galvin (filho de Paul Galvin, fundador da Motorola), que estabeleceu em 1981, como meta, aumentar o desempenho da Motorola dez vezes em cinco anos.
 Smith, ao estudar a correlação entre falhas dos produtos no processo de manufatura, com falhas para o cliente, com base nos ensinamentos de Shewhart, apresentou em 1987 uma metodologia para a Motorola alcançar como limite, para a tolerância de um processo, seis desvios padrão (seis sigma - 6) do ponto central. Esta metodologia passou a ser denominada de Metodologia Seis Sigma.
Fonte: Rodrigues, M.V. Qualidade Padrão Seis Sigma. Ed Elsevier, 3ª edição, 2015.

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